sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Olá, amigos! Tudo bem? Este texto marca o retorno das minhas postagens aqui no blog. Mesmo não seguindo em tempo real/cronológico as datas das aulas espero que minhas reflexões contribuam para o crescimento acadêmico de todos. Desfrutem!

O 4º encontro, realizado do dia vinte e nove de abril de 2015, teve como tema central a “Textualidade do hipertexto”. Como não pude participar desta aula (por motivos pessoais) irei escrever um pouco do que compreendi nas pesquisas realizadas nos blogs dos colegas de turma e na leitura do texto “A textualidade do hipertexto” , do prof. Dr. Luiz Fernando (professor da disciplina e meu orientador), no trecho em que ele discute o referido tema da aula.

Percebi, através da leitura dos blogs dos colegas de turma, que o professor reservou um tempo da aula para divulgar o Encontro de Editores e o site do evento que contou com nossa contribuição (de seus orientandos) no momento da elaboração. Além do site, o evento também possuiu como redes de divulgação a página no facebook e no Twitter.

O 3º ENCONTRO  DE EDITORES DE REVISTAS ACADÊMICAS POLÍTICAS EDITORIAIS PARA PERIÓDICOS DA ÁREA DE LETRAS E LINGUÍSTICA: CRITÉRIOS, TENDÊNCIAS E PERSPECTIVAS – foi realizado em aqui em Maceió, em nossa universidade, nos dias 14 e 15 de maio de 2015. Pude acompanhar o evento na condição de monitor e foi uma experiência bastante proveitosa, visto que pude presenciar frutíferas discussões sobre o processo de elaboração das principais revistas acadêmicas do nosso país. Foi bastante relevante, pois, na condição de estudante de pós-graduação, trata-se de um tema de interesse acadêmico.
Passando para a discussão do texto “A textualidade do hipertexto”, o professor sugeriu responder o seguinte questionário como forma de melhor refletir as idéias contidas no material:

1- Quais as visões de texto e de leitor comentador por Koch? Em qual você mais se encaixa como leitor(a)? E como professor(a)?

Textualidade  do texto são as características que faz com que um texto seja texto.
Koch apresenta algumas visões de texto e de leitor com objetivo de perceber de como estes conceitos explicam a natureza do hipertexto.

1ª concepção - Texto é visto como um produto lógico do pensamento (representação mental) do autor, ou seja, nada mais cabendo ao leitor/ouvinte, senão “captar” essa representação mental, juntamente com as intenções (psicológicas) do produtor, cabendo-lhe, assim, um papel essencialmente passivo.

2ª concepção - Texto é visto como simples produto da codificação de um emissor a ser decodificado pelo leitor/ouvinte, bastando para este o conhecimento do código, já que o texto, uma vez codificado, é totalmente explícito. O leitor é um “decodificador” passivo.

3ª concepção - Concepção interacional (dialógica), em que o texto passa a ser considerado o próprio lugar da interação e os interlocutores, como sujeitos ativos que – dialogicamente - nele se constroem e são construídos. Dessa forma, há lugar no texto para toda uma gama de implícitos. A compreensão do texto é uma atividade interativa de produção de sentidos que se realiza com base nos elementos linguísticos do texto e no saber enciclopédico do leitor. O sentido, desta forma, é construído na interação texto e coenunciadores e não algo que preexista a essa interação.

Para a autora é esta última concepção texto (como um evento dialógico, de interação entre sujeitos sociais – contemporâneos ou não, copresentes ou não, do mesmo grupo social ou não, e em diálogo constante ) que explica a natureza do hipertexto, pois ele é também um “evento textual-interativo, embora com características próprias”. “Uma delas é não haver limitação do interlocutor, que pode ser qualquer um desde que conectado à rede, já que o hipertexto não constitui um texto realizado concretamente, mas apenas uma virtualidade.” (p. 72).

Como leitor/professor busco utilizar-me da terceira concepção, embora nem sempre seja tão fácil (pensando como professor) encontrar uma solução pedagógica apara seguir esta linha de pensamento.  

2- É possível estudar o hipertexto como discurso (3ª. Perspectiva mencionada por Koch)? Quais as implicações?

Considerando, na perspectiva sociointeracionista (defendida por Koch) na qual “todo texto constitui uma proposta de sentidos múltiplos e não de um único sentido, e que todo texto plurilinear na sua construção, poder-se-ia afirmar que – pelo menos do ponto de vista da recepção – todo texto é um hipertexto”. Dessa forma, considerando o hipertexto como discurso ou evento interativo, podemos pensar em propostas pedagógicas que possibilitem seu estudo.
A produção ou análise de uma narrativa digital (texto plurilinear), num ambiente virtual, seria uma proposta interessante, pois como normalmente a narrativa discute um tema transversal, possibilitaria um ambiente interativo de discussão, em que consequentemente os sentidos seriam múltiplos.

3- Quantos e quais são os elementos de textualidade de um texto impresso e como eles se relacionam, teoricamente, com o hipertexto? Faça um quadro que mostre essas relações e acrescente seus comentários.


Elementos da textualidade
Texto impresso
Relação com o hipertexto
- Conceito de intertextualidade










- Conceito da informatividade









- Conceito de situcionalidade







- Conceito da topicidade









- Conceito de contexto

- O hipertexto é, por natureza e essência, intertextual, uma vez que, sendo um “texto múltiplo”, possibilita o acesso a inúmeros textos, através dos links. Embora o hipertexto possa remeter a associações que estão não apenas “dentro” dos limites de um mesmo hipertexto, mas também “fora” dele (links internos e links externos respectivamente).



- O hipertexto pode ser considerado de baixa ou de alta informatividade, já que disponibiliza ao leitor uma infinidade de textos e de opções através dos links, permitindo, idealmente, ao leitor escolher e alternar seu percurso de leitura, entre zonas de alta e de baixa informatividade, de acordo com suas expectativas.



- Para o hipertexto, Koch (2005, p. 68) toma a situcionalidade em relação à disposição topográfica do intertexto no espaço virtual, considerando-se suas ramificações e disponibilidade no espaço virtual para todo e qualquer hipernavegador - também um fator determinante da forma como o sentido é produzido e, portanto, da construção do sentido e da coerência hipertextual.


- É outro fator linguístico próprio do hipertexto (não exclusivo, porém, diferenciador), pois, segundo Koch, (2005, p. 69)  “tendo em conta que o hipertexto constrói relações de variados tipos e permite caminhos não hierarquicamente condicionados, a noção de relevância que preside à continuidade temática e à progressão referencial no hipertexto não pode ser exatamente a mesma que encontramos nos estudos pragmáticos e discursivos sobre os textos falados e escritos.


- Sofre modificação quando se trata de hipertextos. Como salienta Braga (2003, p. 78), no hipertexto “perde-se a noção de texto como um “todo”; não é possível visualizar a “totalidade” do texto dentro dos limites da tela”.
Comentário: Considerando o conceito de hipertexto como o local e o resultado da interação ativa, verbal ou não, entre interlocutores, enquanto sujeitos ativos que - dialogicamente – nele se constroem e são construídos, além da presença de links; percebemos que os aspectos da textualidade mantêm a essência textual, no entanto ganha outra amplitude através da presença dos links. A topicidade, por exemplo, considerada uma virtude no texto impresso talvez (sua ausência) não seja considerado um defeito no hipertexto.




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