Olá, amigos! Tudo bem? Este texto marca o retorno das minhas postagens aqui no blog. Mesmo não seguindo em tempo real/cronológico as datas das aulas espero que minhas reflexões contribuam para o crescimento acadêmico de todos. Desfrutem!
O
4º encontro, realizado do dia vinte e nove de abril de 2015, teve como tema
central a “Textualidade do hipertexto”. Como não pude participar desta aula (por
motivos pessoais) irei escrever um pouco do que compreendi nas pesquisas
realizadas nos blogs dos colegas de turma e na leitura do texto “A
textualidade do hipertexto” , do
prof. Dr. Luiz Fernando (professor da disciplina e meu orientador), no trecho em
que ele discute o referido tema da aula.
Percebi,
através da leitura dos blogs dos colegas de turma, que o professor reservou um
tempo da aula para divulgar o Encontro de Editores e o site do evento que
contou com nossa contribuição (de seus orientandos) no momento da elaboração.
Além do site, o evento também possuiu como redes de divulgação a página
no facebook e no Twitter.
O 3º ENCONTRO
DE EDITORES DE REVISTAS ACADÊMICAS POLÍTICAS EDITORIAIS PARA PERIÓDICOS DA ÁREA
DE LETRAS E LINGUÍSTICA:
CRITÉRIOS,
TENDÊNCIAS E PERSPECTIVAS – foi realizado em aqui em
Maceió, em nossa universidade, nos dias 14 e 15 de maio de 2015. Pude
acompanhar o evento na condição de monitor e foi uma experiência bastante
proveitosa, visto que pude presenciar frutíferas discussões sobre o processo de
elaboração das principais revistas acadêmicas do nosso país. Foi bastante
relevante, pois, na condição de estudante de pós-graduação, trata-se de um tema
de interesse acadêmico.
Passando para a
discussão do texto “A textualidade do hipertexto”, o professor sugeriu
responder o seguinte questionário como forma de melhor refletir as idéias contidas
no material:
1- Quais as visões de texto e de leitor comentador por Koch? Em qual
você mais se encaixa como leitor(a)? E como professor(a)?
Textualidade do texto são as características que faz com
que um texto seja texto.
Koch apresenta algumas visões de texto
e de leitor com objetivo de perceber de como estes conceitos explicam a natureza
do hipertexto.
1ª
concepção - Texto é visto
como um produto lógico do pensamento (representação mental) do autor, ou seja, nada
mais cabendo ao leitor/ouvinte, senão “captar” essa representação mental,
juntamente com as intenções (psicológicas) do produtor, cabendo-lhe, assim, um
papel essencialmente passivo.
2ª
concepção - Texto é
visto como simples produto da codificação de um emissor a ser decodificado pelo
leitor/ouvinte, bastando para este o conhecimento do código, já que o texto,
uma vez codificado, é totalmente explícito. O leitor é um “decodificador”
passivo.
3ª concepção - Concepção interacional
(dialógica), em que o texto passa a ser considerado o próprio lugar da
interação e os interlocutores, como sujeitos ativos que – dialogicamente - nele
se constroem e são construídos. Dessa forma, há lugar no texto para toda uma
gama de implícitos. A compreensão do texto é uma atividade interativa de
produção de sentidos que se realiza com base nos elementos linguísticos do
texto e no saber enciclopédico do leitor. O sentido, desta forma, é construído
na interação texto e coenunciadores e não algo que preexista a essa interação.
Para
a autora é esta última concepção texto (como um evento dialógico, de interação
entre sujeitos sociais – contemporâneos ou não, copresentes ou não, do mesmo
grupo social ou não, e em diálogo constante ) que explica a natureza do
hipertexto, pois ele é também um “evento textual-interativo, embora com
características próprias”. “Uma delas é não haver limitação do interlocutor,
que pode ser qualquer um desde que conectado à rede, já que o hipertexto não
constitui um texto realizado concretamente, mas apenas uma virtualidade.” (p.
72).
Como
leitor/professor busco utilizar-me da terceira concepção, embora nem sempre
seja tão fácil (pensando como professor) encontrar uma solução pedagógica apara
seguir esta linha de pensamento.
2- É possível estudar o hipertexto como discurso (3ª. Perspectiva
mencionada por Koch)? Quais as implicações?
Considerando, na perspectiva
sociointeracionista (defendida por Koch) na qual “todo texto constitui uma
proposta de sentidos múltiplos e não de um único sentido, e que todo texto plurilinear
na sua construção, poder-se-ia afirmar que – pelo menos do ponto de vista da
recepção – todo texto é um hipertexto”. Dessa forma, considerando o hipertexto
como discurso ou evento interativo, podemos pensar em propostas pedagógicas que
possibilitem seu estudo.
A produção ou análise de uma narrativa digital
(texto plurilinear), num ambiente virtual, seria uma proposta interessante,
pois como normalmente a narrativa discute um tema transversal, possibilitaria um
ambiente interativo de discussão, em que consequentemente os sentidos seriam múltiplos.
3- Quantos e quais são os
elementos de textualidade de um texto impresso e como eles se relacionam,
teoricamente, com o hipertexto? Faça um quadro que mostre essas relações e
acrescente seus comentários.
Elementos da textualidade
|
|
Texto impresso
|
Relação com o hipertexto
|
- Conceito de intertextualidade
- Conceito da informatividade
- Conceito de situcionalidade
- Conceito da topicidade
- Conceito de contexto
|
- O hipertexto é, por natureza e
essência, intertextual, uma vez que, sendo um “texto múltiplo”, possibilita o
acesso a inúmeros textos, através dos links. Embora o hipertexto possa
remeter a associações que estão não apenas “dentro” dos limites de um mesmo
hipertexto, mas também “fora” dele (links internos e links externos
respectivamente).
- O hipertexto pode ser considerado
de baixa ou de alta informatividade, já que disponibiliza ao leitor
uma infinidade de textos e de opções através dos links, permitindo,
idealmente, ao leitor escolher e alternar seu percurso de leitura, entre
zonas de alta e de baixa informatividade, de acordo com suas
expectativas.
- Para o hipertexto, Koch (2005, p. 68) toma
a situcionalidade em relação à disposição topográfica do intertexto no
espaço virtual, considerando-se suas ramificações e disponibilidade no espaço
virtual para todo e qualquer hipernavegador - também um fator determinante da
forma como o sentido é produzido e, portanto, da construção do sentido e da
coerência hipertextual.
- É outro fator linguístico próprio
do hipertexto (não exclusivo, porém, diferenciador), pois, segundo Koch,
(2005, p. 69) “tendo em conta que o
hipertexto constrói relações de variados tipos e permite caminhos não
hierarquicamente condicionados, a noção de relevância que preside à continuidade temática e à progressão
referencial no hipertexto não pode ser exatamente a mesma que encontramos nos
estudos pragmáticos e discursivos sobre os textos falados e escritos.
- Sofre modificação
quando se trata de hipertextos. Como salienta Braga (2003, p. 78), no
hipertexto “perde-se a noção de texto como um “todo”; não é possível
visualizar a “totalidade” do texto dentro dos limites da tela”.
|
Comentário: Considerando o conceito de hipertexto como o local e
o resultado da interação ativa, verbal ou não, entre interlocutores, enquanto
sujeitos ativos que - dialogicamente – nele se constroem e são construídos,
além da presença de links; percebemos que os aspectos da textualidade mantêm
a essência textual, no entanto ganha outra amplitude através da presença dos
links. A topicidade, por exemplo, considerada uma virtude no texto impresso
talvez (sua ausência) não seja considerado um defeito no hipertexto.
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário