Nesta
aula discutimos e refletimos o texto “Breve Histórico do Hipertexto”, do autor
Luiz Fernando Gomes.
Apoiado
em questões norteadoras, ou seja, um roteiro de estudo dirigido, iniciamos
nossa reflexão reconhecendo, no texto, a importância de Vannevar Bush para a
criação do hipertexto. Bush, ao perceber que o ser humano possuía mais informações
que podia administrar, propôs uma maneira de organizar conteúdos de forma não hierárquica
que permitisse acesso não linear, pois ele acreditava que nossa mente não
trabalhava linearmente, mas por associações, que, inclusive, agiliza o pensamento.
Essa idéia de não-linearidade e organização por associação fundamentam a
criação do hipertexto.
As
idéias de Bush foram divulgadas, em 1945, no artigo intitulado “As we may think
(Do modo como pensamos ou parecemos pensar)” que tinha como pressuposto a
questão que nossa mente não trabalha linearmente, mas por associações e esta
acelera o pensamento, em outras palavras, Bush sugeriu uma maneira de organizar
não hierarquicamente e baseado nessas ideias ele apresenta o Memex (Mnemônico
de Memory Extension – Extensão da Memória). Este dispositivo, de uso
individual, permitia a pessoa organizar todos os seus arquivos e consultá-los
de forma rápida e dinâmica. Um avanço imenso em relação ao sistema de consulta
na biblioteca. A grande novidade deste dispositivo, anterior ao computador, foi
proporcionar ao pesquisador (usuário imaginado) pesquisar seus livros e artigos
acadêmicos, incluir comentários, alterar conteúdo dos artigos e principalmente
criar links entre os documentos. Podemos afirmar que o modelo de indexação
proposto por Bush não era exterior ao
leitor, pois foi valorizada a relação do pesquisador com seus arquivos, era o
pesquisador que decidia como organizar estes arquivos, ele intervia neles,
alterando ou comentando seu conteúdo.
Outro
nome importantíssimo para o desenvolvimento do hipertexto foi Theodore Nelson.
Ele desenvolveu , em 1960, o hipertexto baseado em computador como um trabalho
de final de curso de pós-graduação que fazia em Harvard. Ted Nelson também é o
idealizador do Projeto Xanadu, “um sistema mundial de hipermídia, onde “tudo”
pode ser imediatamente acessado, onde as idéias de todos podem estar associadas
com quais outras, e nele os mesmos documentos podem aparecer em múltiplos
contextos sem terem sido duplicadas fisicamente (GOMES, 2011, p.19). Este
projeto existe até hoje, mas não foram alcançados os objetivos como esperava
Ted Nelson.
O
hipertexto proposto por Ted Nelson, no início, não foi realizado em sua
totalidade, pois precisou de certos limites para ser implementado. Inicialmente
só poderia navegar como consumidores e/ou espectadores (lurkers), já que a
chamada web1.0 era formada por empresas. Só com o advento da web 2.0, em 2000,
passamos de consumidores de informações apenas e também nos tornamos “produtores”.
Esta é a grande diferença entre a web 1.0 e a web 2.0.
Com
o desenvolvimento do hipertexto foram criados alguns conceitos como o de “hipertexto colateral ou paralelo” que é
a quantidade quase infinita de links entre blocos de informação (GOMES, 2011,
p.21).
Outro
conceito desenvolvido é o de “stretch text” ou “texto elástico”, um tipo de texto
apresentado como um resumo, cujo assunto será tratado mais extensivamente caso o
leitor deseje acessá-lo. Ex.: Ambiente
Wiki. É justamente este conceito de “texto elástico” que cria uma relação do
hipertexto com o sânscrito (uma das 23 línguas oficiais da Índia), pois essa
forma de apresentação textual era comum nos textos religiosos em sânscrito, em
que as ideias eram apresentadas em forma de aforismo, ou máximas, tipos de
textos resumidos que depois eram expandidos por comentadores.
Um
terceiro nome importante no desenvolvimento do hipertexto foi o de Douglas
Engelbart. Ele teve a ideia de usar computadores a fim de “aumentar o intelecto
humano” para resolução de problemas. Inspirado nas idéias de Bush, apresentou
os conceitos de mouse e das múltiplas janelas. Engelbart e sua
equipe, a partir do desenvolvimento da noção de edição na tela, criaram também o
“primeiro sistema para linkar blocos de
informação e ainda projetaram e desenvolveram o primeiro sistema de hipermídia
para computador” (GOMES, 2011, p.21).
Destacamos
ainda neste percurso histórico do hipertexto a invenção de Tim Bermers – Lee.
Tim criou a “World Wide Web (WWW). Esta
se baseia, atualmente, numa interface gráfica através de uma interface do mouse
e de ícones em telas. O que faz da web uma teia é sua estrutura hipertextual, que
permite que cada página de cada site possa se conectar a qualquer outra página
ou site da rede, ou mesmo se conectar de algumas delas.
Finalizando
o levantamento histórico sobre o hipertexto, é necessário mencionar o conceito
de intranets, ou seja, redes que
ligam somente determinados computadores e pessoas, em outras palavras, seria
uma rede privada, cujos dados só podem ser acessados online por um grupo de
pessoas que tenham a senha.
Por
último, apresentamos os conceitos de Lan
(Local Area Network – Rede de Área Local), ou seja, uma rede de computadores
que estão relativamente próximos, normalmente no mesmo edifício (Ex.: Lan
House) e Wan (Wide Area Network –
Rede de Área Extensa), ou seja, conectam dispositivos que se separam por longas distâncias (Ex.:
redes de supermercados).
Referência: GOMES, Luiz
Fernando. Hipertexto no Cotidiano
Escolar. Breve Histórico do HIPERTEXTO. São Paulo: Cortez Editora, 2011.
Comentário:
É
preciso compreender que a internet surgiu em 1969. Neste momento histórico
surgiu o LCD e também o advento dos Hippies que perambulavam pelo mundo “desistindo
da racionalidade. Era uma ideia psicodélica, ou seja, expandir a percepção da
mente humana através do uso do LCD. A internet herdou o DNA deste contexto
histórico, a ideia do psicodélico. Ela foi pensada inicialmente como uma arma
de guerra, mas depois foi usada como tecnologia. Uma rede interligada sem
centro, não hierárquica.
Outro
ponto que é necessário ser comentado é que o hipertexto, em seu surgimento, não
tinha nenhuma preocupação do ponto de vista lingüístico, pois este conceito foi
criado no campo da informática e tecnologia.
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